2 de novembro de 2012

Kon-nichiwa minna

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 Engoli o choro mais uma vez. Engoli a vontade de gritar para todos. E engoli um pouco da dor também. Mas isso tá acumulando e acumulando aqui dentro de mim, e eu não aguento mais. Já pensei em desistir. Já fiz até milhares de loucuras para ver se tirava pelo menos um pouco dessa dor, mas parece que com o tempo só vai aumentando. Por isso foi desconfiando do que me dizem, dizem que com o tempo passa, cura. Mas isso é mentira. Por que pra mim o tempo passa, continua e dói mais. 

Ás vezes nem escrever vários textos, nem tirar várias fotos, nem conversar com vários amigos, nem se divertir com várias piadas, nem ouvir várias musicas, nem praticar vários esportes, nem comer vários doces, nem dormir várias horas, nos tiram aquela tristeza, aquela que a gente faz várias coisas pra esquecer, mas ela está sempre lá, fazendo de tudo para ser lembrada.
O nosso coração é como nossa unha, as vezes agente pinta, coloca uma cor diferente, mais ela sempre descasca então agente tira, e passa outro esmalte, dai agente não gosta, e passa outro, e outro, e outro. Até que chega uma hora que nossa unha fica muito molhada e agente não consegue mais passar a base, chega uma hora que a unha lasca e agente precisa de um tempo pra ela secar e poder lixar e enfim passar outro esmalte. Com o nosso coração é assim também. Só precisamos achar a cor certa e descartar todos os outros.Mas o problema é que nem sempre achamos a cor certa para pintarmos.
Eu grito pedindo ajuda, mas não em ouvem, eu preciso de alguém pra conversar, mas aqueles que dizem serem meus amigos não tem tempo pra me ouvir e cuidar de mim. Quem sabe se eu os chamasse para ir a uma festa eles viriam, sinto vergonha de minhas amizades por serem tão egoístas, depois reclamam da mudança de meu comportamento. Sinto-me tão sozinha que o ar que respiro é minha única companhia, todas as noites eu choro, mas nem as lagrimas que correm sobre meu rosto aliviam a dor que carrego dentro de mim, é uma melancolia incurável da qual me mata aos poucos.




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