O problema é que eu consigo imaginar a cena
claramente. Ela chega por trás de você, te abraça, você se sente confortável ao
lado dela. Quer dizer, tudo que você precisava todo esse tempo era esse carinho
que eu nunca pude dar a você. Você a leva para casa calmamente, de mãos dadas
pela calçada enquanto anoitece. Faz frio e você a abraça, os dois sorriem. É
tudo tão perfeito que você mal pode acreditar. Ela sabe todos seus defeitos,
ela decorou suas manias mais bobas e não liga pra nada. Sua mãe nunca gostou
muito de mim, mas adora ela. É o de se esperar, não é? Ela é perfeita, até eu
tenho que admitir isso. Vocês combinam, e todos conseguem ver isso. As
mensagens no meio do dia, os beijos roubados, tudo é como você sempre quis. As
vezes, raramente, você pensa em mim. Você lembra exatamente de como era, de
tudo. Lembra da saudade, de como doía ficar longe, mas de alguma forma, não
sente falta. Você sabe que o melhor, pelo menos por enquanto, foi me deixar ir embora. Você está bem, ela completa o espaço que eu nunca
tive uma
oportunidade real de preencher, e eu aceito que nunca fui certa pra
você. É injusto que a vida nunca tenha me dado uma chance de verdade de te
fazer feliz, mas sabe como dizem: A vida é injusta. Espero que ela te ame pelo
menos um pouco do que eu te amo, e que ela de tudo que você merece e eu nunca
pude dar. Eu estou deixando você ir embora de mim, sair do meu pensamento pouco
a pouco como em doses letais de um veneno, até não sobrar mais nada. Não é
porque quero, é porque preciso. E vai ser melhor assim. Se eu olhar pra trás e
ver você sorrindo ao lado dela, eu vou saber que a minha escolha foi a melhor.
Eu realmente espero que um dia nossos caminhos se cruzem de novo, e talvez, por
menos que sejam as esperanças, você possa sentir por mim um pouco do que já
sentiu anteriormente. A nossa história acabou antes de começar, e por mais
inútil que seja, ainda espero que um dia você volte para mim.
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