Mas
parei de pensar naquilo tudo então ouvi algo ao longe, era sua voz parecia
conversar com alguém mas quem eu não sabia isso doía e muito mas por
sinal não importava pra você.
Mas e se ele voltasse? Agora, aqui. Eu não me importaria se
ele batesse na porta, ensopado de chuva. Não me importaria se ele me pegasse
pela cintura e eu sussurrasse como um apelo desesperado “Porque demorou tanto?”
e a gente daria um beijo daqueles de cinema, na chuva, só para relembrar os
velhos tempos. A gente nunca foi um casal de verdade, sabe? Ele pegava na minha
mão e eu só sabia rir, ele sorria e eu abaixava a cabeça. Era como um filme, eu,
Summer, ele, Tom. Ninguém acreditava quando via a gente junto. Sempre foi um
daqueles casais meio impossíveis, daqueles que todo mundo acha que vai dar
errado. Mas de uma forma estranha, fazia sentido pra mim. A minha mão na dele,
os olhos dele que viam minha alma inteira. Aliás, não só o olhar dele, mas a
forma como ele me via, de um jeito como ninguém fez antes. Como se eu não
tivesse defeito algum, como se meu sorriso fosse a última maravilha do mundo.
Ele amava tudo em mim, e eu estraguei tudo. Ele amava meu jeito estranho de
arrumar o cabelo quando ele caía no meu olho, e o modo como eu mordia o lábio
enquanto a gente se olhava em silêncio. Só que não foi feito pra dar certo,
então não deu. Comigo é assim, não tem meio termo: Ou me entrego por inteiro ou
simplesmente vou embora, fujo. Foi assim com ele também. Do mesmo modo como fui
embora, ignorei os apelos dele para que eu ficasse. Talvez eu tenha merecido
aquele olhar gelado algum tempo depois, merecia mesmo. Ele me queria tanto e eu
queria tão pouco. A gente foi tanto pra depois não ser nada. Tom e Summer, Summer
e Tom, eu e ele.
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